Ciência e transferência de conhecimento made in Guimarães em destaque na reunião descentralizada no Avepark
Os avanços científicos e tecnológicos com base no Avepark estiveram no centro das atenções durante a reunião descentralizada do Executivo vimaranense, realizada esta quinta-feira nas instalações do Parque de Ciência e Tecnologia.
Na sessão dedicada ao tema da "ciência e transição tecnológica", a vereação ficou a conhecer os contornos dos projectos de engenharia aeroespacial e dos biomateriais e da medicina regenerativa do Instituto I3Bs, da Universidade do Minho, bem como o trabalho que tem sido feito pela Escola Técnica Superior Profissional, do IPCA, e da Unidade Operacional em Governação Eletrónica da Universidade das Nações Unidas.
"A formação é fundamental para a indústria, para a economia e para as empresas. Precisamos de formação contínua porque só com profissionais qualificados, aperfeiçoando competências poderemos aumentar a produção de riqueza, a produtividade e sermos competitivos a nível global", apontou o Presidente da Câmara, ao justificou a realização da reunião descentralizada, de forma a mostrar o trabalho que está a ser feito no Avepark. "É um convite que faço aos nossos empresários e trabalhadores: venham conhecer o parque de ciência e tecnologia e o que está aqui a ser desenvolvido pela Universidade do Minho e pelo IPCA. Temos um ecossistema de ciência excepcional a nível europeu e mundial", destacou Domingos Bragança, acrescentando: "temos os melhores dos melhores do sistema científico e de transferência do conhecimento".
No período antes da ordem do dia, o Vereador do PS. Bruno Fernandes, apontou a necessidade de definir uma estratégia que valorize a indústria das cutelarias, projectando este sector económico que "sobrevive" na zona norte do Concelho, onde o funcionamento de três empresas, com 600 trabalhadores geram um volume de negócios de 41 milhões de euros. "Não há oferta formativa para este sector", disse o representante social-democrata, sugerindo a realização de um estudo estratégico para as cutelarias.
Na resposta, o Presidente da Câmara manifestou abertura ao acolhimento de uma proposta de valorização das cutelarias com a realização de um estudo estratégico, considerando que essa iniciativa "normalmente" tem sido assumida pelos empresários. "Um estudo estratégico para qualquer sector terá sempre a atenção da Câmara e se ele for considerado pelos empresários fundamental, o Município sob iniciativa dos empresários está disponível para o fazer", assinalou Domingos Bragança.
"Todo o sistema científico e de transferência de conhecimento aplica-se transversalmente a todos os sectores económicos", observou, aproveitando para apelar aos empresários para definirem programas de formação anuais destinados aos seus trabalhadores. "Todos precisamos de uma permanente actualização de conhecimentos", reforçou o Autarca.
Num outro momento, no período antes da ordem do dia, o vereador do PSD, Ricardo Araújo, lembrou que o Avepark foi criado há 20 anos, "uma boa ideia, muito mal executada ao longo dos anos", com alguns "problemas que poderiam ter sido evitados", dando o exemplo da acessibilidade, a falta de habitação e o "fracasso do Spinpark".
Na reunião do Executivo vimaranense descentralizada, realizada no Avepark, o Presidente da Câmara adiantou que será criada uma agência de investimento e desenvolvimento económico, para actuar no seguimento do trabalho efectuado pelo Gabinete de Transição Económica, criado em tempo de pandemia.
Depois da intervenção em que Ricardo Araújo insistiu na necessidade desse projecto, Domingos Bragança afirmou que serão alterados os estatutos do Instituto de Design de Guimarães para que possa ser acolhida esta valência que poderá ser denominada "GuimarãesInvest, InvestGuimarães ou ter outro nome".
O vereador do PSD lembrou que a criação de uma agência de investimento é uma proposta antiga do seu partido, sublinhando a sua importância para o dinamismo económico e captação de investimento para o concelho.
Na sessão, o Presidente da Junta de Freguesia de Barco, Luís Pereira, fez o discurso de abertura, contando-se intervenções do Presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Pedro Arezes, do Director da Escola Técnica Superior Profissional do IPCA, Filipe Chaves, do Presidente do Instituto I3Bs, Rui Reis, da Directora da Unidade Operacional em Governação Eletrónica da Universidade das Nações Unidas, Delfina Soares e do Reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro.
O momento musical de abertura esteve a cargo da jovem Ana Antunes.
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