Adega Cooperativa de Guimarães prevê mais vinha e com melhor qualidade

A seca não impôs quebras na campanha deste ano para a produção de vinho da Adega Cooperativa de Guimarães. O ano promete um aumento entre 10 a 15% e de uma "excelente" qualidade.

O Presidente da Adega Cooperativa de Guimarães defendeu que as adversidades do ano agrícola devido à seca não prejudicaram muito a produção em termos quantitativos. Apesar de mostrar-se bastante cauteloso, José Sequeira Braga deixa transparecer optimismo perante o resultado da campanha de 2022 que está agora em processo de vindimas.
"Como a videira do vinho verde é uma planta extremamente resistente e própria dos climas mediterrâneos, teve um desenvolvimento muito favorável ao longo do ano. O que é seco para uns para nós é bem menos. A produção durante correu bem. Houve uma baixa incidência de doenças. As uvas apresentam-se muito bonitas e apresentavam um ligeiro avanço de maturação em termos de colheita, com cerca de uma semana relativamente ao último ano", conta.

A seca "afecta menos a vinha que outras actividades agrícolas", segundo o responsável, explicando que houveram casos de "alguma desidratação". "Existiram algumas uvas queimadas pelo sol, que não traz prejuízos qualitativos, apenas algumas em termos quantitativos", aponta.
Nesse sentido, a Adega Cooperativa de Guimarães estima uma produção "ligeiramente acima" do ano passado, uma vez que em termos quantitativos "não foi uma produção muito grande". "É necessário que a vinha produza um pouco mais para dar rendimentos aos produtores e garantir o fornecimento aos nossos clientes. A adega está a produzir vinho para vários países de três continentes, incluindo Portugal. É difícil fazer previsão. No ano passado fizemos cerca de 700 toneladas, mas este ano devemos ter um aumento de 10 a 15%", avança de forma cautelosa.

"O País inteiro pediu chuva devido à seca e ela apareceu. No entanto, veio na hora errada. Peço que as pessoas peçam chuva mais cedo e não na altura da vindima", diz em risos.
"Assim, as vindimas marcadas para esta semana correm risco de ser adiadas. Não é agradável, uma vez que os produtores têm vindimas programadas. É um grande transtorno alterar datas das vindimas", acrescenta.
No entanto, o responsável prevê "maior produção" e com "excelente qualidade".
"Até ao dia da vindima tudo pode acontecer. Podemos contar à volta de meio milhão de litros, ou seja, mais de mil pipas. É mais do que suficiente para garantir o aprovisionamento dos nossos clientes. Se confirmar a qualidade, vai ser um ano muito bom", afirmou.

Olhando para os vinhos, José Sequeira Braga explica que os vinhos brancos "são mais fáceis manter um padrão de qualidade". Já os tintos são mais "difíceis", mas este ano "estavam lindíssimos". "Tenho uma imagem de cachos de tinto fabulosos a prometer muito. As vinhas de branco também estão boas. Mas enquanto não tiver pipas não há garantias", alerta.
Nas suas instalações situadas em Prazins Santo Tirso, a Adega Cooperativa de Guimarães conta com a produção de cerca de 80 produtores de vinho da região.

Marcações: Adega Cooperativa de Guimarães, vinha

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