Grupos organizados do Vitória juntam-se em apelo contra o cartão do adepto

Os grupos organizados do Vitória - Insane Guys, White Angels, Gruppo 1922, Tifosi e Nova Gera - reiteraram, esta quarta-feira, a sua posição contra o cartão do adepto em comunicado conjunto. 

Os grupos organizados afirmam que o cartão do adepto está "mascarado com intenções de segurança e combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos, em mais uma atitude de pura demagogia". "Aos nossos olhos é apenas uma acção para "português ver" que o governo fez algo. Uma acção que discrimina todos os adeptos, para supostamente tentar controlar uma parte. O que para nós não passa de uma falsa resposta, que serve exclusivamente para criar a sensação que o problema foi isolado e controlado. Dizemos mais, o cartão do adepto é uma medida gasta na Europa e os resultados são públicos sendo que, ao invés da propagada redução da violência, existiu sim uma redução dos espectadores nos estádios", apontam os grupos organizados.

A mesma nota acrescenta que a implementação do cartão do adepto nos estádios portugueses é uma "medida que vem carregada de inexperiência do legislador e de quem a aprovou". "Quem quis importar esta ideia de outro cenário europeu tinha a obrigação de conferir os resultados e as consequências que esta medida trouxe. A falta de competência não é o único ponto negativo que apontamos aos responsáveis desta lei, mas também a falta de compreensão do objecto de discussão, sendo para nós inconcebível que os mesmos acreditem que um pedaço de papel altere a natureza de alguém. É também inconcebível que queiram obrigar os adeptos mais activos no apoio a transferirem-se para um sector isolado do resto do estádio, atropelando assim o direito à liberdade e igualdade que são, ou deveriam ser, pilares da Constituição da República Portuguesa", pode ler-se no comunicado.

Segundo a mesma fonte, o cartão do adepto está associado a uma "série de regras", como a "proibição da sua aquisição a menores de 16 anos, o pagamento obrigatório de 20 euros e a existência de requisitos para criação de uma zona com condições especiais de acesso e permanência de adeptos, isolada do resto do estádio, suportada pelos clubes", que distingue os adeptos "maus" e adeptos "bons". 

Este grupo de adeptos vitorianos sustenta que o adepto "é um cidadão e como tal tem deveres, mas também tem direitos", que "têm vindo a ser diminuídos e atacados por um governo", e apela que todos os vitorianos para que se juntem nesta "luta".

Marcações: cartão do adepto

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