Vereadora do CDS-PP questionou ausência de financiamento regular do Centro Internacional das Artes José de Guimarães

A Vereadora do CDS-PP pediu esclarecimentos à maioria socialista sobre a reivindicação do Município de Guimarães de garantir o financiamento regular do Governo para o funcionamento do Centro Internacional das Artes José de Guimarães.

Na reunião do Executivo, Vânia Dias da Silva questionou se o assunto foi abordado na recente visita do Ministro da Cultura, lembrando que desde 2013 tem sido reclamado um financiamento estatal "correspondente e proporcional ao que representou o investimento do Município" naquele espaço, criado no âmbito da Capital Europeia da Cultura em 2012.

Referindo-se ao tempo em que exerceu funções de deputada na Assembleia da República, Vânia Dias da Silva lembrou que questionou "os vários ministros da cultura" sobre o assunto, porque "o Centro tem qualidade e importa apoiar". "Foi atribuída uma verba de 300 mil euros uma vez, mas não ficou assegurada uma regularidade no financiamento", lembrou, procurando saber se durante a visita de Pedro Adão e Silva foi aflorada essa reivindicação e se "volvidos 10 anos ela foi atendida".

Na resposta, o Vereador da Cultura explicou que a visita foi organizada pelo Ministério da Cultura "com um objectivo específico", garantindo que têm sido mantidos contactos com as entidades que tutelam o sector. Paulo Lopes Silva afirmou: "o problema foi criado no dia 1 de janeiro de 2012". "O financiamento do CIAJG não é uma questão de Guimarães é uma questão nacional. O Ministério da Cultura desafiou Guimarães a ser CEC em 1012 e desafiou Guimarães a construir um centro de arte contemporânea daquela escala e daquela dimensão e com um acervo de grande qualidade, um projecto com qualidade indiscutível", declarou, ao lembrar que "a ordem de extinção da Fundação Cidade de Guimarães foi dada no arranque da CEC 2012". "Fizemos a CEC com a certeza de que a Fundação seria extinta, essa decisão foi tomada de tal forma que ainda hoje estamos em processo de extinção dessa fundação, estamos a concluir esse assunto, mas a pressa que o Governo na altura introduziu nessa extinção não permite que à data de hoje encontremos essa solução", explicou.

"Entendemos que o actual Ministro está sensibilizado para o assunto", considerou o Vereador, ao esclarecer que "a Oficina pelo seu modelo de organização não pode ter o mesmo tipo de apoio que tem o Centro Cultural de Belém, a Casa da Música ou a Fundação de Serralves".

"Estamos a procurar encontrar um modelo organizativo que nos permita ter um tratamento igual, equitativo, pela dimensão e escala ao que é dado às capitais europeias da Cultura, até porque estamos na possibilidade de ter uma quarta capital europeia da cultura em Portugal, no início de Dezembro", observou Paulo Lopes Silva, defendendo que deverá ser "encontrado um modelo organizativo que torne sustentável os projectos ambiciosos em que o País se envolve".

Para a Vereadora do CDS-PP, "não se compreende como é que a Câmara ainda não conseguiu resolver um problema". "O facto da Fundação Cidade de Guimarães ter sido extinta não é muito suficiente para esgrimir o facto de não ser assegurado o financiamento. Passou muito tempo e poderia ter sido encontrado outro esquema para se resolver o problema. Há outros mecanismos para o fazer, não tem sido feita nenhuma tentativa para resolver o problema independentemente daquilo que a Câmara queira dizer para se justificar", afirmou Vânia Dias da Silva.

"O CIAJG é importante, com uma colecção fantástica e que merece ser devidamente acompanhado e explorado, o que me parece que não tem sido feito, com a pujança com que podia e devia ter sido feito. A PAC é uma questão diferente porque infelizmente o projecto saiu gorado, não tem vida. Tem uma história extraordinária porque era um mercado e que se perdeu", lamentou a Vereadora do CDS-PP, concluindo: "o CIAJG é um pólo importante, de atracção e de charneira para a Plataforma das Artes e da Criatividade, isso não tem sido bem aproveitado e a PAC tem sido um problema, vazio, sem vida onde nada acontece e que custa a manter".

Marcações: reunião camarária, Centro Internacional das Artes José de Guimarães

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