Estádio D. Afonso Henriques em festa com homenagem a Neno



O Estádio D. Afonso Henriques serviu de palco a uma homenagem a Neno. No dia em que se completaram dois anos após o falecimento do antigo jogador, treinador e dirigente do Vitória, dezenas de antigos jogadores, mas não só, e de figuras públicas juntaram-se para um jogo solidário, cuja receita reverteu a favor de três instituições: A Palavra, Cercigui e Casa da Criança de Guimarães.

A memória de Neno foi recordada em vários momentos, antes, durante e após o jogo que contou na bancada com a sua esposa, Simone, que não escondeu a emoção. O presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, e o vereador com o pelouro do desporto, Nelson Felgueiras, passaram pelo relvado, assim como o vice-presidente vitoriano José Eduardo Viamonte.

Num clima de festa, o jogo terminou com um esclarecedor 6-2 para a equipa do projecto Futebol Solidário. Ao intervalo, vencia por 4-2, com golos dos antigos avançados Meyong e Edinho, que bisaram. Na formação O Legado de Neno, Oceano marcou de penálti e assitiu, num penálti, para o golo de Nandinho. Paulo Sérgio e Madjer apontaram os únicos dois golos da segunda parte.

“É um dia super especial, primeiro pelo Neno, pelo carinho que mereceu e vai continuar a merecer. Depois, não posso esquecer que vir aqui é como ser um miúdo e receber uma prenda com um valor que nem imaginamos. As lágrimas já me vieram aos olhos e eu até sou um bocado insensível”, contou Manuel Cajuda, que teve a missão de liderar a equipa do projecto Futebol Solidário. O antigo treinador, agora presidente do Olhanense, lembrou “a alegria” que Neno transmitia. “Durante três anos trabalhei com o Neno e nunca o vi com um problema, acredito que os tivesse como qualquer um e nós. Todos os dias eu sabia quando ele chegava ao balneário pela gargalhada que dava nos corredores. Uma vez até falei com ele, questionei-o se não tinha problemas. Respondeu-me que sim, mas que se ria. Foi um homem fantástico. Foi a melhor pessoa que encontrei no futebol”.

Jorge Andrade recordou “uma pessoa especial”, que, destacou “ainda está presente no meio de nós”. “O facto de estarmos aqui hoje representa muito. Muita gente veio de longe para estar aqui, porque a família do Neno e o Vitória merecem. Também acolheram Neno como filho. Estamos aqui com um sorriso gigante. Espero não sair daqui emocionado demais, porque o Neno era um craque a sério”. Opinião partilhada por Dimas, com quem conviveu no balneário do Benfica. “Este é o lugar do Neno, um irmão da minha vida. Deixou-nos saudades quando partiu mas está presente todos os dias. Esta festa é claramente o que ele gostaria que fizéssemos. Quando se chega ao Vitória só se vê Neno, o Neno era isto para o Vitória, para Guimarães e para todo o país. Tive a felicidade de passar grandes momentos com ele, por isso é normal que caiam as lágrimas. Era uma pessoa sempre alegre, bastava entrar no balneário e o estado de espírito era logo outro”.

Além de ex-jogadores e artistas também passou pelo relvado do Estádio D. Afonso Henriques o medalhado olímpico Francis Obikwelu. “Sempre gostei de jogar futebol com amigos, durante as férias sempre participei em jogos de futebol. Participo nestes jogos para ajudar as pessoas, tentamos ajudar as crianças jovens. Devemos aproveitar para ajudar as pessoas, não é por termos fama que não vamos para o cemitério. Devemos ajudar quem precisa, devemos participar nestes eventos solidários. O Neno era uma pessoa que enchia o coração. Estar neste estádio magnífico é muito importante”, destacou.


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