Sá Pinto abordou jogo com Chaves e deixou críticas a Capitão da GNR: "Vai ser contra tudo e contra todos, vamos manter-nos na Liga"



O treinador do Moreirense, Ricardo Sá Pinto, fez hoje a antevisão do encontro com o Chaves, da segunda mão do play-off de permanência. Uma conferência marcada pelas críticas ao Capitão da GNR responsável pela segurança no jogo com o Vizela, cujo relatório esteve na origem do castigo que o afastou dos dois jogos com o Chaves.

O Moreirense já mostrou que depois de cair com estrondo consegue levantar-se. Foi essa a mensagem que passou?: "Sem dúvida nenhuma. Esta equipa já esteve morta muitas vezes esta época, precisávamos de ganhar ao Belenenses SAD e ganhamos, precisávamos de vencer o Gil Vicente e ganhamos, precisávamos de vencer o Tondela e ganhamos, precisávamos de vencer o Vizela, ainda mais difícil, e ganhamos. Esta equipa já demonstrou que perante a dificuldade consegue superar-se. Vamos superar-nos outra vez, demonstrar o que vale esta equipa, à imagem das pessoas desta Vila, que são trabalhadoras, humildes, mas ganhadoras, que querem vencer na vida. Queremos ser à imagem da Vila, de uma vez por todas. Não há mais oportunidades. Vamos ter de demonstrar a grande equipa que somos para podermos continuar na 1.ª Liga, que é o nosso lugar, não há outro."

Procurou trabalhar as ideias que vinham de trás ou trabalhar nuances que possam surpreender o adversário?: "Houve grande demérito nosso no último jogo e muita eficácia do adversário, que fez dois remates à baliza e fez dois golos. O adversário tem valor, tem o melhor plantel da 2.ª Liga, mas os golos forma muito consentidos, houve demérito nosso. Houve alertas, correções, sinto que eles perceberam que não se pode esta num jogo sim e noutro não. Temos de estar sempre 100 por centro concentrados e a respeitar o adversário, porque quando isso não acontece somos penalizados. Pusemo-nos a jeito por demérito nosso. Temos de demonstrar que somos uma equipa da 1.ª Liga."

Voltará a estar fora do banco...: "Para mim é uma grande injustiça estar fora. Este Capitão (n.d.r.: da GNR) Orlando Mendes foi um grande irresponsável. Ele deve ter ouvidos de super homem para ouvir aquilo que diz que ouviu. Era impossível ouvir no meio daquele estádio. Não percebo esta maldade, esta velocidade de decisão perante imagens que provam o contrário. Não fiz um gesto obsceno, não há palavras obscenas. Há braços no ar, isso é suficiente para tirar um treinador de uma final em que está em causa o sucesso de uma equipa? Não consigo perceber como isto é possível existir no futebol. Há casos graves que demoram um ano a ser julgados. Toda a gente sabe o impacto que tenho na liderança da equipa, sinto que posso ajudar a equipa, e isto não se faz. Este Capitão é um grande mentiroso, pôs em causa o sucesso deste clube e desta Vila e ninguém diz nada. As pessoas da Vila têm de se revoltar com este Capitão. Mas, sabem o que vai acontecer. Vai ser contra tudo e contra todos. Isto faz-nos mais fortes, mais unidos, e amanhã vamos manter-nos na Liga."

Questionou o porquê desta situação?: "Pus-me à disposição para tudo. Mostramos tudo limpinho. Os delegados da Liga viram as mesmas coisas que o outro senhor viu e não escreveram nada. Era impossível ter visto, estava nas minhas costas. Acho incrível que o Conselho de Disciplina, que eu respeito, seja obrigado a penalizar-me pelo que ele escreveu. Este senhor é que me tirou do banco. Não fiz manguitos, como ele disse. Esbracejei, isso é motivo para tirar um treinador da final. É uma revolta que tenho cá dentro. Não consigo perceber como isto aconteceu no futebol. Isto foi decidido demasiado rápido. Eu não merecia. Nunca fui expulso desde que estou cá, tenho sempre um comportamento exemplar durante os jogos. Só cá é que isto é possível. Temos uma grande equipa técnica, os jogadores acreditam."

Quando fala da rapidez da decisão, entende que tem alguma coisa a ver consigo?: "Não quero levar para aí, mas estou triste com isto. No máximo, uma advertência por uma conduta menos aceitável. Levar dois jogos depois de os adeptos deles terem simulado golos do Tondela durante o jogo todo, tinha os jogadores nervosos, sem se conseguirem concentrar. No final do jogo houve um despejar da adrenalina perante uma injustiça que estava a acontecer. Não festejo as derrotas de ninguém, mas sim os méritos da minha equipa."


Marcações: Moreirense Futebol Clube, Ricardo Sá Pinto

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