Mário Ferreira argumenta que proposta da Leader Constellation para comprar acções da SAD do Vitória foi "arquitetada em conluio" com Júlio Mendes e Armando Marques



Já são conhecidos mais pormenores sobre o processo que opõe os ex-dirigentes do Vitória, Júlio Mendes e Armando Marques, ao accionista maioritário do clube, Mário Ferreira.
Recorde-se que o ex-presidente e o ex-vice-presidente vitoriano reclamam a Mário Ferreira, a título particular, o pagamento de uma indemnização na ordem dos 2,7 milhões, por incumprimento de um acordo estabelecido entre as partes referente a prémios de desempenho.

Ora Mário Ferreira já fez a sua contestação no processo e, segundo a Agência Lusa, rejeita o "incumprimento contratual" que lhe é apontado, frisando que o "acordo parassocial" não foi aprovado em Assembleia-geral da SAD e viola o artigo 399.º Código das Sociedades Comerciais, referente aos conselhos de administração de sociedades anónimas, sendo "nulo".
Na referida contestação, Mário Ferreira justifica que aceitou o acordo para "evitar a instabilidade e a disrupção que resultaria da queda" da então direção do Vitória, após Júlio Mendes ter dito que "não continuava o seu trabalho de recuperação da sociedade", sabendo que "não ganhava nada com isso".

Há ainda um dado que promete polémica. Mário Ferreira diz, na sua defesa, que a proposta da Leader Constellation foi "arquitetada em conluio com os autores [Júlio Mendes e Armando Marques]" e alega que o valor está abaixo dos oito milhões de euros, face à desvalorização do valor do dinheiro à medida que um pagamento é adiado. A consultora Mazars terá calculado que o valor situa-se entre 7,91 e 7,97 milhões.
Recorde-se que, segundo o processo intentado por Júlio Mendes, a indemnização teria de ser paga por Mário Ferreira se lhe fosse apresentada uma proposta superior a 8 milhões de euros pela aquisição da sua participação na SAD do Vitória.

Recorde-se ainda que, após ter rejeitado a proposta da Leader Constellation, Mário Ferreira já acordou com Miguel Pinto Lisboa vender a totalidade das suas acções ao Vitória por 6,5 milhões de euros, em três tranches até 31 de Março de 2022. Um acordo que vai dar a maioria da SAD ao clube.

A acção dos ex-dirigentes do Vitória contra Mário Ferreira corre termos no Juízo Central Cível de Braga e o Vitória vai ser chamado a pronunciar-se, tornando-se assistente no processo, por entender que deve defender os seus interesses, conforme notícia avançada em primeira mão pelo Grupo Santiago na última terça-feira.


Marcações: Júlio Mendes, Vitória Sport Clube, Mário Ferreira, Armando Marques

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