Exposição "Regresso às Pontes de Guimarães" na abertura das Festas da Cidade e Gualterianas

Uma exposição organizada pela Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património vai abrir mais uma vez a edição deste ano das Festas da Cidade e Gualterianas. «Regresso às Pontes de Guimarães» é o título da mostra que "faz uma revisitação actualizada e aumentada desse propósito, dessa causa", justifica o presidente daquela Instituição vimaranense, em comunicado emitido a propósito da mostra que será inaugurada esta quinta-feira, pelas 18h00, na Escola Secundária Francisco de Holanda.

"Nela poderemos ver as pontes que pontuam o concelho, umas mais nobres, outras mais simples, umas cuja origem remonta ao tempo da ocupação romana, outras medievais, outras do fontismo, e outras com origem imprecisa, mas todas elas com um importante significado de unir populações, de permitir a circulação de pessoas, de mercadorias, de animais", salienta Rui Victor Costa.

As pontes, além da sua importância prática, são sempre símbolos de união e merecem respeito pela sua função e pela sua história. "Assim aconteceu muitas vezes, nomeadamente em 2010, com a exposição "Sobre Pontes, conduzida pelo Dr. Fernando Conceição, à altura presidente da Muralha e que completou este ano 100 anos de uma profícua existência", expressou o responsável, ao justificar que, desta vez, as pontes foram fotografadas por Miguel Oliveira, "realçando a singeleza e a beleza de muitas delas, mas, igualmente, a degradação a que vão estando sujeitas, as cicatrizes da falta de cuidado relativamente às origens e importância das pontes, os tubos que ignobilmente a elas se colam, descaracterizando-as, a falta de cuidado a que vão estando sujeitas, como se a sua história pudesse ser descartável por imposições de um utilitarismo que as violenta, quando, pelo contrário, as deveria enobrecer".

"Esta exposição procura constituir-se também, não só como um alerta, mas igualmente um desafio a cada um de nós conheça as pontes que no concelho nos permitem atravessar o Rio Ave, o Rio Vizela, o Rio Selho, ou outros afluentes que a eles vão dar, para que visitemos as pontes de Guimarães, para conhecer a natureza que as envolve e enobrece, saindo assim de um centro que diariamente nos convoca, para a beleza policêntrica do concelho Guimarães, para a história da comunidade a que pertencemos, num todo", refere.

"E é o conhecimento da nossa realidade, do nosso património, que nos permitirá manter alguma exigência de conservação patrimonial em quem tem responsabilidades na sua preservação. Só atentos e atuantes poderemos legar aos que nos sucederão o património magnífico que herdámos. Como estas pontes de Guimarães que ainda hoje nos unem", acrescenta.

A Muralha, Associação de Guimarães para a Defesa do Património, é formalmente fundada em 1982, tendo como seu primeiro presidente o Arquiteto Fernando Távora, do qual se comemoram, este ano, os cem anos do seu nascimento, tendo desenvolvido algumas das suas notáveis obras em Guimarães, em particular o Plano Geral de Urbanização de Guimarães (PGU,1979-1982). Este Plano tem a importante particularidade de ter posto a preservação patrimonial, a sua valorização, como elemento central do Plano, por oposição às ideias de crescimento que então grassavam no país, garantindo com essa aposta uma visão de cidade que levou, posteriormente, a classificação do Centro Histórico de Guimarães como Património Cultural da Humanidade, em 2001.

Marcações: Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património

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