BIGGER: Conferência da LAVORO reuniu especialistas do trabalho em Lisboa
Cultura de prevenção e segurança no trabalho, precisa-se!
Na conferência «Riscos, Prevenção, Direitos e Deveres em Contexto Laboral», que a marca de calçado profissional Lavoro organizou, no passado dia 20 de maio, no edifício Ageas Tejo, sede do Grupo Ageas Portugal, em Lisboa, representantes de diversos setores concluíram, de forma unânime, que não há empresas sustentáveis sem uma cultura de segurança e saúde no trabalho.
Neste encontro estiveram presentes a Autoridade das Condições de Trabalho, diversas empresas, trabalhadores, médicos do trabalho, técnicos de segurança e saúde no trabalho, podologistas, investigadores, seguradores e indústria do calçado profissional, que reconheceram que esse é um objetivo difícil. Num universo empresarial fragmentado, em que predominam as microempresas, só com foco nas pessoas será possível ultrapassar constrangimentos culturais, organizacionais e até de burocracia regulamentar.
Potenciar a literacia, recompensar boas práticas e valorizar os contributos do trabalhador, que é quem corre e conhece os riscos de cada ambiente de trabalho, foram referenciadas como as ações cruciais para dar “corda aos sapatos” e generalizar uma cultura de prevenção e gestão do risco laboral.
As estatísticas revelam que em ambientes onde a segurança é priorizada, as empresas não só protegem os seus trabalhadores, como também experimentam uma diminuição de 40% dos custos com acidentes e uma melhoria de 20% da produtividade. Estes números foram recentemente corroborados, num estudo realizado pela União Europeia, que concluiu que por cada euro investido em prevenção e segurança há um retorno superior a dois euros.
Se o calçado profissional incomoda, a segurança falha
O contributo da marca Lavoro para essa cultura de segurança e saúde no trabalho vai além da produção de calçado profissional. Perfeitamente em linha com as 83 recomendações do Livro Verde do Futuro da Segurança e Saúde no Trabalho, também apresentado no evento pela sua coordenadora, Sílvia Silva, a Lavoro criara, há 15 anos, o SPODOS – Foot Science Center. Este centro de estudos do pé faz, todos os dias, verdadeiro serviço público: para além de contribuir para o desenvolvimento de calçado profissional que respeita princípios podológicos e biomédicos, faz consultas de podologia e de biomedicina; faz o diagnóstico dos riscos inerentes a cada ambiente de trabalho; recomenda calçado profissional que respeita princípios podológicos e biomédicos, adequado a cada ambiente de trabalho e desenvolve soluções à medida para pés disformes.
«Um conhecimento e uma experiência de 40 anos no domínio do calçado profissional; uma capacidade abrangente de seleção e teste laboratorial de materiais; uma vasta equipa multidisciplinar; o apoio do SPODOS, bem como de uma série de parceiros científicos, nacionais e internacionais, estão, por isso, ao dispor da segurança e saúde do pé em contexto laboral», referiu, na sessão de encerramento, Teófilo Leite, presidente do conselho de administração da ICC – Indústrias e Comércio de Calçado, SA, que detém a marca Lavoro.
O projeto AUGMANITY, também apresentado no evento, é um dos exemplos do trabalho de investigação e desenvolvimento da Lavoro. Em parceria com a BOSCH, a Universidade de Aveiro e o Centi, a Lavoro desenvolveu esse projeto, que permitiu produzir um modelo de calçado profissional que incorpora componentes eletrónicos para monitorização das pressões plantares, que favorece a ativação da circulação arterial, venosa e linfática e o bem-estar do utilizador final durante o trabalho. Possui também um sistema de deteção de piso escorregadio e sinalização de quedas. O projeto AUGMANITY recebeu, em 2024, uma menção honrosa na categoria Pessoas, no âmbito do Prémio de Inovação AGEAS – Seguros.
A marca Lavoro
A partir de Guimarães, a marca Lavoro lidera, desde 1986, a produção portuguesa de calçado profissional para os mais diversos ambientes de trabalho. Da indústria à floresta, com passagem pela logística, bombeiros, forças de segurança e militarizadas. A empresa, que fatura 22 milhões de euros/ano, tem em curso um investimento de 5 milhões de euros, focado na renovação e ampliação das instalações, na produção com energia fotovoltaica, na robotização, no corte digital, na costura automática e na injeção robotizada com reciclagem de materiais. Exporta para 50 mercados, 60% da sua produção anual, que é de 600 mil pares.