A viagem a Bruxelas e a visita ao Parlamento Europeu a convite do eurodeputado Paulo Cunha
O convite foi endereçado aos meios de comunicação locais do Alto Ave. Chegou-nos através do gabinete do eurodeputado Paulo Cunha na pessoa de um dos seus assessores, Nelson Braga. Uma oportunidade de conhecer o Parlamento Europeu e perceber qual o dia a dia de quem mexe com a nossa economia. O Grupo Santiago prontamente respondeu sim ao desafio, e lá fui eu e o Jorge Händel em representação da empresa.
Em Bruxelas juntou-se um grupo de 23 pessoas que rapidamente se conheceu e partilhou três dias de experiências enriquecedoras e surpreendentes. Um dos dias da visita foi inteiramente dedicado ao Parlamento e àquilo que por lá se faz, sobretudo, o dia a dia dos assessores Nelson Braga e Maria Francisca Vasconcelos. Cada um nas suas áreas de trabalho foram-nos dando noções das suas funções que não me parece importante relatar, pois lido perde o interesse. Estar no local e acompanhar o processo é bastante diferente de escrever meia dúzia de frases a falar essencialmente sobre política. Esta viagem foi bastante agradável do ponto de vista humano, na qual descobrimos pessoas fantásticas e que no fundo fazem um trabalho tão próximo do nosso e grande parte das vezes com as mesmas dificuldades com que nos deparamos diariamente. Mas também portentoso ao nível cultural e político. Resumindo, superou em larga escala as expectativas que apostei neste convívio. Claro que quem visita o parlamento mostra sempre uma enorme vontade de conhecer o Hemiciclo, afinal é uma das principais salas do PE, porém, e depois e estarmos lá dentro, percebemos que há outras alas e departamentos tão ou mais interessantes do que isso, não querendo com isto tirar-lhe a importância que ela tem. Por estar ligada à área da comunicação, foi mais cativante para mim conhecer os estúdios de televisão, por exemplo, onde por sorte, pude assistir ao momento em que um deputado gravava uma mensagem. Também fiquei admirada por saber que dentro do edifício há espaço para um cabeleireiro, um ginásio, uma lavandaria, duas cantinas, onde tivemos o privilégio de estar e desfrutar de um almoço muito bem confeccionado, entre outros pontos igualmente marcantes.
A meio do dia conhecemos finalmente o eurodeputado Paulo Cunha que manifestou enorme satisfação por nos ter ali e foi recíproco. De seguida fomos ter uma aula de história sobre o Parlamento Europeu. António Figueira foi o nosso professor durante alguns minutos e todos ficamos deliciados a ouvi-lo. No final passou a palavra ao Deputado que enfatizou uma vez mais a importância da nossa visita. "O objectivo principal foi aproximar os cidadãos das estruturas europeias, reduzindo o défice de sentimento de pertença em relação às instâncias da União Europeia. Um dos focos do meu mandato é estreitar laços entre os cidadãos e a UE, promovendo o conhecimento sobre as actividades e o impacto do Parlamento Europeu. Essa iniciativa visa ajudar as pessoas a entender melhor o que acontece no contexto europeu e como isso se reflete nas suas vidas. Acreditando que a comunicação social é a melhor forma de propagar a mensagem, achei que deveria desafiá-los a vir conhecer o PE, espero que, com esta experiência, tenham melhores condições para tratar dos assuntos comunitários e mostrar aos portugueses a importância do que acontece aqui", expressou.
Esta viagem foi mais do que uma oportunidade de conhecer o Parlamento Europeu, foi uma imersão profunda daquilo que une as pessoas às instituições e ao futuro colectivo. A proximidade com quem trabalha diariamente em prol de um continente mais coeso, o mergulho cultural e as experiências humanas enriquecedoras elevaram as expectativas e sublinharam a relevância de compreender como as decisões tomadas em Bruxelas moldam a nossa realidade. Saímos não só mais informados, mas também mais inspirados, com a convicção de que o envolvimento cívico e a comunicação são pontes essenciais para um futuro europeu mais conectado.
Por que é que é importante que os cidadãos compreendam melhor o papel das instituições europeias?
A compreensão mais profunda permite maior adesão às causas europeias e ajuda os cidadãos a perceberem a relevância do que é feito no contexto comunitário. Muitos associam a União Europeia exclusivamente aos fundos comunitários, o que é importante, mas insuficiente. Dois terços das nossas normas e leis têm origem na UE, afectando directamente o nosso quotidiano em temas como mobilidade, liberdades e cidadania.
Qual é a relevância dos jornalistas regionais e locais nesse processo?
Vocês têm um papel crucial como intermediários entre a UE e os cidadãos. Quanto mais informados e familiarizados estiverem com os processos comunitários, melhor poderão comunicar e aproximar os cidadãos das instâncias europeias. A colaboração com jornalistas locais é estratégica para garantir que a informação sobre o trabalho europeu chegue às comunidades de forma clara e acessível.
Quais são os principais desafios do Parlamento Europeu actualmente?
Um dos grandes desafios é a pressão migratória. O Parlamento está a ajustar políticas de asilo e migração para atender às novas demandas. É essencial criar regras claras que garantam proteção aos migrantes e condições dignas após sua chegada. Essa regulação beneficia tanto os migrantes quanto os países de acolhimento.
Quais as comissões em que o senhor deputado está directamente envolvido?
Estou ligado à Comissão LIBE, que trata de liberdades cívicas, justiça e assuntos de cidadania, incluindo o dossiê de migrações. Também faço parte da Comissão ITRE, responsável por temas como indústria, pesquisa e energia. Além disso, participo das comissões de Controle Orçamental e de Petições, que têm funções específicas de fiscalização e atenção às demandas dos cidadãos.
Como equilibrar as necessidades de Portugal com as responsabilidades europeias?
Apesar de actuar num Parlamento europeu que representa 450 milhões de habitantes, nunca perco de vista a minha origem. A relação com Portugal é permanente e procuro, em todas as frentes, defender os interesses do país no contexto europeu. Esse equilíbrio entre actuar como representante europeu e atender às necessidades nacionais é uma das prioridades do meu mandato.
Emigração em Portugal
Por que é importante acolher bem os migrantes em Portugal e na Europa?
Para garantir que os migrantes tenham condições dignas de trabalho, habitação e qualidade de vida. Assim, evitamos situações precárias, como habitações superlotadas e subumanas.
Portugal tem capacidade para acolher migrantes?
Sim, Portugal tem uma história de emigração e acolhimento. Além disso, enfrenta um declínio populacional que pode ser compensado pela migração, desde que seja controlada, que é isso que vou tentar fazer no meu mandato.
Como é que os fundos europeus beneficiam as localidades portuguesas?
Através do financiamento de infraestruturas, como escolas, redes de água, transportes públicos e projetos de mobilidade urbana (como vias cicláveis).
Novas tecnologias VS empresas portuguesas
Quais desafios as empresas portuguesas enfrentam em relação à concorrência global?
Enfrentam custos mais altos devido à regulação europeia (ambiental e social), enquanto concorrentes de países como China e Índia produzem a custos menores.
Como é que a digitalização está a afectar as empresas portuguesas?
A maioria das empresas em Portugal são micro, pequenas e médias, o que dificulta o acesso à tecnologia. É necessário apoiar empresas tecnológicas locais para ajudar na transição digital.
Porque é que a União Europeia precisa investir mais na defesa?
Para reduzir a dependência dos EUA e assumir maior responsabilidade pela segurança europeia, especialmente no contexto de conflitos como a invasão russa à Ucrânia.
Europa VS Estados Unidos da América
Como é que a União Europeia pode equilibrar a relação com os Estados Unidos?
Relacionando-se de igual para igual, garantindo que cada país europeu contribua de forma justa para alianças como a NATO.
Como podemos enfrentar os sinais de recessão económica na Europa?
Reduzindo a burocracia e a regulação excessiva, promovendo uma concorrência mais justa e apoiando a transição tecnológica das pequenas empresas.
Quais são as prioridades para o seu mandato?
Aproximar as comunidades locais das políticas europeias e garantir que os portugueses tenham acesso pleno aos benefícios e direitos da União Europeia.