Dia do Cão: Rosa Almeida desloca-se diariamente ao Parque da Cidade para cuidar do "Machadinho", da "Cuca" e do "Bragança"

O Parque da Cidade tem uma frequentadora diária especial, assídua, generosa, ternurenta e muito dedicada aos três cães que encontraram abrigo na dependência de uma das casas existentes naquele espaço.
Quer chova, quer esteja calor intenso, Rosa Ermecinda Almeida não olha a esforços para cumprir a nobre missão de acarinhar, alimentar e passear os animais que 'adoptou'. Todos os dias, cerca das 13h30, atravessa a Cidade para a visita aos 'amigos' que encontrou naquele refúgio de lazer e bem-estar.

"Deixei a minha actividade profissional há seis anos, fiquei com mais tempo disponível e comecei a fazer caminhadas diárias. Deparei-me com a presença destes cães que tinham sido abandonados e andavam no parque", revela, ao recordar a forma como a respeitavam e correspondiam às brincadeiras. "Eram tão queridos, tão afáveis que afeiçoei-me quase como se fossem meus. Comecei a trazer uns miminhos para eles comerem, mas não tinha hora certa para a visita", contou, lembrando que a relação intensificou-se quando, após uma denúncia de um utilizador do parque, os cães foram recolhidos para o canil por ali andarem a vaguear.

"Se tivesse condições, ficava com eles, mas não podia. Felizmente, encontrou-se uma solução. Os animais têm um tutor e eu contribuo com a alimentação e brinco diariamente com eles. Há cinco anos que todos os dias venho aqui, passeio os cães e não me canso", observa, reconhecida porque, explica: "eles dão-me mais do que aquilo que eu lhes trago".

Durante a pandemia, o parque estava fechado, mas Rosa Almeida encontrou forma de continuar a sua missão, acedendo à habitação do caseiro onde eles têm abrigo. "Tenho de vir aqui porque eles já estão a contar comigo, sei que estão à minha espera e sentem quando me estou a aproximar. Esta é a minha terapia! Sinto que eles ficam tão felizes com a minha presença que não encontro até palavras para descrever aquilo que eles me dão. O resto do dia até parece que corre melhor", constata, sorridente, ao explicar que actualmente são três os animais que a aguardam: «Bragança», «Cuca» e «Machadinho».
Quanto a preferências, Rosa Almeida não esconde que o «Machadinho» é o mais desafiante. "Foi o último a chegar. Parece ter sempre uma atitude de defesa, enquanto os outros são mais velhos e estão aqui há mais tempo e mostram-se mais seguros. Por isso, procuro dar mais atenção ao «Machadinho»", explica, irradiando uma satisfação que só quem escolhe ter animais de companhia é capaz de compreender na sua verdadeira dimensão.

"Inicialmente, eles andavam por aqui com muita liberdade, à solta, mas como houve uma queixa, agora, eles têm de estar retidos", indica, sublinhando que procura ajudar assegurando os passeios diários e a alimentação. "Venho com muito gosto, eles esticam as patinhas e agradecem. Percorro o parque durante cerca de hora e meia. Comprometi-me a estar todos os dias com eles e não quero falhar. Foi assim que conseguimos encontrar uma solução para eles puderem continuar a viver aqui. É verdade que gasto algum dinheiro com a alimentação, mas faço as refeições que eles gostam. Não gostam muito de ração, preferem a comida", precisa, alertando que a refeição deles é a primeira a ser feita na sua cozinha. "Estou a tentar introduzir a ração, assim não teria tanto trabalho e até seria mais saudável para eles, mas eles não alinham. Por exemplo, o «Bragança» já foi tão agredido, tem uma orelha que parece ter sido triturada, ninguém sabe a tortura que ele passou, e deu sempre uma segunda oportunidade a quem o acolheu. É um cão muito grato!", analisa, enquanto o afaga após o passeio pelos terrenos do parque da Cidade.

Marcações: voluntariado, Dia Mundial do Cão, cuidar dos animais

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