Maioria socialista aprovou Orçamento da Câmara de Guimarães de 107, 2 milhões

O Plano de Actividades e Orçamento da Câmara Municipal de Guimarães para 2022, no valor de 107,2 milhões de euros, foi aprovado esta quinta-feira pela maioria socialista, merecendo o voto contra da Oposição.

Na discussão da proposta, o Vereador do PSD, Bruno Fernandes, apontou as semelhanças existentes entre o documento e aquele que foi apresentado para o ano de 2018, no início do segundo mandato de Domingos Bragança. "Trocámos de mandato e não vemos grande ambição, uma linha de rumo. O documento espelha um fim de ciclo desta maioria", afirmou, assinalando que "há projectos estruturantes que se arrastam desde o início do mandato". E exemplificou: "A requalificação energética das habitações, o Parque Industrial em Moreira de Cónegos, a requalificação da E. B. 2, 3 de São Torcato, a Academia de Transição Digital, a Escola-Hotel, a requalificação dos fornos da Cruz de Pedra, a construção das piscinas no espaço das antigas piscinas do Vitória."

O representante social-democrata justificou o voto contra do PSD e CDS-PP "porque não vemos um rumo na gestão que está a protelar a concretização de projectos para a afirmação de Guimarães", considerando que "as famílias e os jovens casais continuam a não ter habitação a custos aceitáveis''. Bruno Fernandes fez referência ao desenvolvimento económico. "Criticámos no anterior mandato e achamos que agora seria um assunto sério porque está na mão do chefe... Mas não aparece uma palavra para a captação de investimento, nem para a diplomacia económica", frisou, questionando: "qual é a estratégia do Município para ficar no radar das grandes multinacionais?".

Na reacção, o Presidente da Câmara começou por fazer alusão à expressão popular. "O pior cego é aquele que não quer ver. Guimarães é uma referência e tem-se afirmado ano após ano, desde o primeiro mandato", afirmou Domingos Bragança, ao realçar a "confiança" depositada pelos vimaranenses na sua liderança e sublinhando que o seu programa eleitoral assenta na continuidade. "Mal estava se este plano não plasmasse o que foi sufragado! Já sabemos que a habitação social têm um programa de investimentos. É uma área central e continuará a ser central da nossa política, orientada para o crescimento de cada vila e que se fará com a revisão do Plano Director Municipal em curso", reagiu o Edil, referindo que o incremento à habitação, poderá surgir da iniciativa privada, mas também associada a políticas como a atribuição de benefícios fiscais para a construção a custos controlados para venda a preços acessíveis para responder aos agregados de rendimentos moderados.

Fazendo questão de salientar que a "continuidade" tem sido a marca do seu programa, Domingos Bragança advertiu que "o longo prazo só se consegue com trabalho contínuo e persistente", fazendo alusão à ligação de Guimarães à rede de alta velocidade. "Temos de estar unidos todos para que a ligação se faça à estação de alta velocidade. A Escola-Hotel é um projecto que demora mais do que um mandato. A refuncionalização do edifício da Fábrica do Arquinho não se faz com uma varinha mágica", disse.

Quanto ao desenvolvimento económico, o Presidente da Câmara lembrou que acompanhou o trabalho do vereador incumbido desta divisão no anterior mandato e garantiu "dar continuidade e, se possível, porei uma marca minha". Domingos Bragança comprometeu-se a "respeitar a estrutura económico-empresarial de Guimarães e a capacidade empreendedora dos seus agentes económicos" e uma proximidade aos investidores, através de contactos com organizações como o Ministério da Economia, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e com a Universidade do Minho.

Marcações: Câmara Municipal de Guimarães, reunião camarária, Plano e Orçamento

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