Esplendor da combinação do património com a natureza no trilho da Rota da Citânia de Briteiros

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Há tanto para descobrir em Guimarães, conseguindo os percursos pedestres mostrar trilhos com desafios surpreendentes, paisagens de beleza avassaladora e recantos intemporais que conservam os vestígios patrimoniais de um passado distante em que o real se pode cruzar com o imaginário. Foi essa mistura de combinações que experimentaram os participantes na caminhada pela "Rota da Citânia de Briteiros", realizada durante a manhã do passado sábado, pela Sociedade Martins Sarmento, de forma a assinalar o Dia Internacional dos Museus.

O trilho não é fácil, exige alguma preparação física, dada a irregularidade do pavimento e as sucessivas inclinações para vencer a encosta da Citânia, oferecendo fascinantes vistas sobre todo o vale do rio Ave.

Com orientação do arqueólogo Gonçalo Cruz, a caminhada começou junto ao Museu da Cultura Castreja, seguindo em direcção ao cemitério de São Salvador de Briteiros, onde se encontra o túmulo de Francisco Martins Sarmento e um sarcófago medieval, entrando depois na Rua da Calçada, num percurso pedonal ainda utilizado para chegar até Donim, que oferece uma constante combinação de história, cultura e natureza.

À passagem pela Mamoa dos Galouros, o arqueólogo fez alusão à estrutura identificada por Francisco Martins Sarmento, nos finais do século XIX, associada a um ritual funerário megalítico e que se encontra numa propriedade da centenária instituição vimaranense, estando preservada e protegida, permitindo um conhecimento futuro mais aprofundado.

Encosta acima, o trilho convida a ultrapassar uma exigente subida já com o horizonte a tocar no monte onde se situa o castro de Santa Iria, pertencente ao concelho da Póvoa de Lanhoso.

Com afloramentos rochosos impressionantes, os participantes foram surpreendidos com as possibilidade de identificarem várias gravuras rupestres, um legado patrimonial que disputa a atenção com o encanto das flores que nesta época do ano cobrem o manto vegetal e perfumam o ar, tornando-se igualmente um tesouro a descobrir em todo o percurso.

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Sem entrar na área delimitada da Citânia de Briteiros, o trilho atravessa a estrada de alcatrão que liga São Salvador de Briteiros a Sobreposta e seguiu em sentido descendente, ao encontro do rio Febras, cujo canto do intenso caudal interrompe o silêncio, mas permite mergulhar na tranquilidade serena da densa verdura. É uma paisagem natural que marca um claro contraste com as condições do caminho, cujas pedras soltas e os charcos de água obrigam os caminhantes a redobrada atenção, num esforço recompensado com a possibilidade de apreciar algumas das cascatas naturais do rio Febras.

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Durante cerca de três horas, os participantes tiveram a oportunidade de experimentar caminhos antigos, onde repousam intactos vestígios do património histórico, mas também onde florescem organismos vivos. Já no regresso ao ponto de partida, um monumental sobreiro situado à entrada de uma propriedade privada, na berma da estrada da Citânia, ostenta uma estrutura que arregalou o olhar, convidando a apreciar a sua imponência singular.

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segunda, 19 maio 2025 17:28 em Cultura

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