Lítio em Guimarães: Oposição considera "inadmissível" condução do processo pelo Município

A inclusão de Guimarães na lista de áreas potenciais para lançamento do procedimento concursal para a prospecção de lítio levou a Oposição a considerar "inadmissível a forma como o Município está a conduzir o processo".

Na reunião do Executivo desta quinta-feira, presidida por Adelina Pinto devido à ausência de Domingos Bragança, o vereador do PSD Bruno Fernandes lamentou que a maioria socialista não tenha feito um esclarecimento atempado da população relativamente ao processo, em contraste com a posição diferente adoptada por outros autarcas dos concelhos abrangidos pela área área «Seixoso-Vieiros».
"Há uma entidade que não poderia ter sido apanhada de surpresa que é o Sr. Presidente da Câmara", disse, argumentando que a Autarquia tinha conhecimento deste processo desde Setembro do ano passado, fazendo alusão a Amarante.

"O Município tem vindo a informar a sua população daquilo que está em discussão pública: o estudo e a estratégia ambiental foram colocados em discussão pública no dia 28 de Setembro de 2021, por 30 dias. Nesse período, a maioria dos Municípios tornaram pública a sua posição. Amarante assumiu de forma clara que é contra... Em Guimarães, nada se passou!", afirmou, perguntando se o Município "sabia ou não sabia? E se se pronunciou sobre a matéria?".

No final da reunião, em declarações aos jornalistas, Bruno Fernandes considerou "inadmissível" a forma como a Câmara está a tratar o processo. "É um assunto que tem acima de tudo uma envolvência tremenda. A desinformação leva a que haja especulação, alarme social e por isso não se compreende que o Município supostamente que devia estar conhecedor do assunto há vários meses não tenha tido uma posição para com os seus cidadãos, no sentido de os informar sobre a situação e envolvência do concurso para a exploração do lítio em Guimarães, apontando a sua opinião", afirmou. "Não ouvimos uma única palavra do Sr. Presidente da Câmara a não ser no dia em que é tornado público o concurso a dizer que desconhecia e que se iria informar e ontem participou numa reunião com o Sr. Ministro do Ambiente", continuou, assinalando que "há uma gestão com os pés neste processo, uma gestão que a posição de Guimarães é pouco compreensível".

"O que está em causa são as acções e omissões da Câmara Municipal. A discussão sobre o projecto, se é bom ou mau, só deve ser feita depois de se conhecer o que está em cima da mesa", advertiu, ao lamentar que a Câmara "se foi notificada para se pronunciar, pelo menos não tenha partilhado a sua decisão com a comunidade, permitindo que se esteja a especular sobre o que foi a acção do Município".


Marcações: Bruno Fernandes, lítio

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